Objeto em Redes
Os Dois Companhia de Dança realiza o projeto OBJETOS EM REDES com a participação de oito estudantes universitários moradores de diferentes partes da região metropolitana do Rio de Janeiro.
O projeto é realizado com o apoio do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e tem patrocínio da Prince Claus Fund e do Goethe Institut.
O projeto Objetos em Redes surgiu de uma inquietação da artista Giselda Fernandes no
que diz respeito às embalagens e resíduos produzidos no dia a dia – ela já utiliza objetos-partners (conceito desenvolvido pela própria artista) em suas criações.
Agora, a ideia é que esses objetos sejam guias nas possibilidades de criação de movimento e dramaturgia, na construção de uma video-performance desenvolvida com a participação de oito estudantes de artes de comunidades da região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. A video-performance, que será lançada nas redes sociais e plataformas digitais em novembro de 2020, será criada a partir de resíduos produzidos, estimulando o questionamento artístico no campo das questões ambientais. O processo será compartilhado nas redes sociais.
Nos dias de hoje, acredita Giselda, não faz mais sentido arte sem responsabilidade social
e ambiental. A seleção dos estudantes foi realizada através de uma convocatória lançada nas páginas da companhia (@osdoiscompanhia) no Instagram e no Facebook. A Os Dois Companhia de Dança recebeu dezenas de inscrições e no dia 15 de julho de 2020 anunciou a relação dos oito estudantes selecionados.
O projeto OBJETOS EM REDES foi originalmente pensado para ser realizado em comunidades do Rio de Janeiro, com oficinas presenciais e performances na rua. Diante da situação decorrente da pandemia do Covid-19, o projeto passou por uma reformatação para que fosse todo feito online. As condições atuais trouxeram alterações que extrapolaram uma simples mudança de hábitos, trazendo uma urgência de nos conectarmos em rede, repensarmos o sentido de nossas atividades para produzirmos uma arte que seja relevante e socialmente responsável.
Nesse sentido, a situação de isolamento vivida por cada um dos participantes, segundo seu próprio entendimento, terá impacto tanto na dramaturgia, quanto nas decisões e atividades de suporte e produção do projeto. Uma situação que chega num momento político no Brasil quando ações e omissões oficiais desprestigiam arte e artistas, reduzindo as oportunidades de desenvolvimento de jovens talentos já submetidos a condições de vulnerabilidade.
As atuais condições de produção neste período de isolamento social, nos trouxe uma série
de desafios, pois a pandemia atinge severamente as quase três centenas de comunidades
instaladas em favelas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Como neste momento, não cabe realizar performances de rua em comunidades, transformamos o produto final do projeto narealização de uma vídeo-performance produzida a partir das imagens captadas pelos performers e editada com a direção de Giselda Fernandes e Hilton Berredo.
O processo artístico será conduzido em laboratórios de criação com os performers. O produto final será construído a partir de um diálogo criativo em videoconferências, conversas em chat e aplicativos de mensagens, com o suporte de oficinas técnicas de captação de imagens por celular.
Estamos construindo uma metodologia para que possamos dar continuidade a este processo, com objetivo de replicar e desdobrar este projeto para outros grupos. Os espaços, objetos e vivências dos participantes serão ativados artisticamente. Alguns materiais de descarte, como embalagens de produtos, se tornarão condutores da dramaturgia que deverá emergir. Com esses materiais físicos e imateriais será construído uma videoperformance a partir de interações em rede, com postagens nas redes sociais durante todo o processo e um vídeo final que será lançado em novembro, explorando a dramaturgia emergente das novas relações que ora se evidenciam entre os indivíduos e as mudanças climáticas.
O vídeo performance final seguirá a linha de pesquisa da companhia Os Dois, como o uso de objetos banais do cotidiano e de como o grupo procura dar uma resposta as questões ambientais.
Para orientar a criação do vídeo, os performers contarão previamente com 40 horas de
oficinas online de história da performance, com foco na relação corpo e objeto, na linguagem e na prática audiovisual, no conceito do objeto-partner e na criação de conteúdo artístico paras as redes sociais.
Because of that, the results were impactful in the production of each participant’s projects. Also, at this political moment in Brazil, art and artists have not received the support and opportunities needed, undermining the young talents already vulnerable to its present conditions.
With almost three hundred shanty towns in Rio de Janeiro affected by the pandemic, the challenges faced to produce this project were huge.
Since being impossible to perform presencially, a video-performance was made by the performers, edited and directed by Giselda Fernandes and Hilton Berredo. Video conferences, chats, and text messages, and cellular images were used to carry the artistic process.
In order to continue this project, having in mind the multiplication of it to other groups,
a methodology has being created: the use of disposable objects, spaces and experiences lived by its participants are taken in consideration as a tool to develop the project.
With all of the above, a video performance will emerge with these interactions and it will be launched in November in social networks, showing the relationship between individuals and climate change.
The final video performance has the train of thought of Os Dois Cia de Danca, which focuses on trite objects used in everyday life, searching for an answer to environmental issues.
To guide the video production, the performers will have 40 hours of online workshops, focusing on the relationship body/object, audiovisual practices, and the concept of object-partner, and the artistic development to the social networks.